A manutenção da empregabilidade

Houve um tempo, sobretudo na revolução industrial, em que as empresas eram as maiores responsáveis pela empregabilidade de seus colaboradores. O homem visto como mão-de-obra era treinado e capacitado para desenvolver suas atividades produtivas. Os profissionais eram condicionados e aculturados a trabalhar por longos anos, ou por toda a vida em uma mesma organização. Em suma, o conceito de empregabilidade significava dedicação exclusiva associada à longevidade na organização. Isso pode ser percebido quando analisamos o histórico profissional de nossos pais ou avós, muito deles, tiveram apenas um emprego e passaram anos executando a mesma função, sem sequer, um requisito mínimo de escolaridade. Essa cultura era enaltecida, prestigiada e aceitável.

Com o surgimento de novas tecnologias, o advento da internet e a diversificação dos mercados, as empresas iniciaram um processo de busca e contratação de novos profissionais, desta vez, com um novo perfil. O conceito de funcionário com foco em determinada função e atuação limitada, perdeu força e cedeu lugar a colaboradores com habilidades para resolução de problemas e conflitos, voltados à qualidade, parceiros de negócios, analíticos e empreendedores.

É isso mesmo: o profissional atual precisa ter muito mais conhecimento e habilidades que outrora. A mudança de comportamento no mercado, inverteu a  responsabilidade da empregabilidade, tornando o próprio profissional, o responsável pela sua empregabilidade e desenvolvimento.

O Autoconhecimento tornou-se uma competência chave para assegurar melhor continuidade dos profissionais no mercado. Mas, como conseguir o autoconhecimento? Todos os profissionais precisam fazer uma autorreflexão e questionar o que gostam de fazer, a partir, dessa resposta é preciso buscar as qualificações necessárias para trabalhar com o que gosta. Se você gosta da área de Qualidade, é preciso se aperfeiçoar com cursos de extensão, graduação, pós-graduação e palestras. Essa dica é válida para os profissionais que já estão no mercado, pois, tem a missão de se desenvolver continuamente e também para os que desejem entrar no mercado.

O profissional que busca qualificação, certamente, está à frente do que não busca. Para evidenciar a importância do tema, ao final de 2019, um estudo promovido pela empresa de Recursos Humanos Korn Ferry, revelou que em 2020, no Brasil haverá um déficit de 1,8 milhão de pessoas para vagas mais especializadas, esse mesmo estudo, calcula uma tendência de 5,7 milhões de déficit até 2030. Caso você queira garantir a sua empregabilidade, comece pesquisando quais mercados estão mais promissores e crie ações para adentrá-los. Há recrutadores que estão desesperados para preencher vagas que estão abertas por um longo tempo, logo podemos nos arriscar em afirmar que não há falta de emprego e sim faltas de profissionais que preencham estas vagas em todas as suas nuances. 

Outro fator que se tornou determinante para contratar e manter os profissionais no mercado é o comportamento, o individuo é contratado pelo seu curriculo e denitido pelo seu comportamento, logo não basta apenas saber fazer e ter alta qualificação, é necessário apresentar dominio proprio e inteligência emocional, as empresas estão perscrutando sobre como fazer. Maturidade, equilíbrio emocional, ética, postura corporativa e vocabulário são essenciais.

O profissional que tem alto conhecimento técnico, mas, não detém equilíbrio emocional, está sendo banido do mercado de trabalho. Neste quesito, é importante conhecer os valores da empresa para não agir em desalinho com a organização. Um profissional que trata bem as pessoas e desenvolve o relacionamento interpessoal está à frente. Utilize a empatia! A atitude é um substantivo inerente a todo ser-humano, ela movimenta a execução das coisas, desenvolve a auxilia num pensamento novo, com novas ações. A atitude somada a conhecimentos e habilidades é promove a fórmula de sucesso da empregabilidade. Profissionais que se limitam às suas atividades ou que utilizam o famoso jargão “isso não é da minha função”, já perderam espaço. Os profissionais do cotidiano precisam mostrar efetivamente que devem
permanecer nas organizações.

Invista no seu potencial. Seja um ser-humano melhor pra si próprio e para o outro. Seja ético. Cuide de sua imagem. Melhore-se continuamente. Seguramente suas chances profissionais aumentarão e aliada a elas a segurança de fazer algo que se gosta com prazer, afinco e dedicação. Lembre-se: sua felicidade também é fator determinante para sua continuidade no mercado e qualidade de vida. O mercado precisa de você

**Geison Morais
Administrador de Empresas formado pela UnidomPedro. Gestor de Recursos Humanos formado pelo Centro Universitário Estácio FIB. Especialista em Business Intelligence e Gestão da Qualidade, Faculdade Alfamérica-SP. Pós-graduando em Marketing e Comunicação Integrada, Universidade Cândido Mendes. Mestrando em Project Management, Escola de Negócios Europeia de Barcelona.

Docente no curso de extensão: Como iniciar um projeto organizacional